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Adeus Portugal

Uma enorme carga fiscal

Neste dia feriado ficamos a saber que o gás natural é mais caro em Portugal do nos restantes países da União Europeia. E que, eletricidade mais cara, só mesmo na Alemanha. Ou seja, mais de 50% do que pagamos às empresas que comercializam este tipo de energia vai diretamente para o Governo do senhor António Costa.
O que acresce ao que já sabíamos acerca dos combustíveis. Do que pagamos para encher os depósitos dos nossos automóveis, cerca de 60% são também entregues ao Governo. Seja por via do IVA, que tem em Portugal uma das taxas mais elevadas da União Europeia, ou do ISP. Imposto que o nosso Governo gentilmente aumentou em 2016, 2017 e 2018, mesmo depois de apregoar, até à exaustão, que virou a página da austeridade.
Resta-me por isso agradecer ao meu adorado Governo, a oportunidade que me tem concedido de poder contribuir, diariamente, para aquela que será provavelmente a carga fiscal mais elevada das últimas duas décadas. Ainda maior do que a do ano passado.
O Governo português é, sem dúvida, o melhor amigo do contribuinte! Se os meus impostos não fossem tão elevados, talvez desse uma ajuda ao Ronaldo para pagar os dele.
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Adeus Portugal

Os professores, os alunos e o futuro por descobrir

jornal Público anuncia novas mudanças (outra vez…) para os ensinos básico e secundário. Com tantas mudanças, algumas vezes curriculares, outras vezes organizacionais, os professores já nem ligam. A maior parte já desenvolveu uma estratégia para, aos poucos, se alienar de uma realidade cada vez mais delirante.

Eles são os objetivos que passaram a conteúdos, que depois cederam o lugar às metas, de aprendizagem primeiro e curriculares depois, para finalmente darem origem às aprendizagens essenciais. Para (é favor ler pára) tudo! Falharam-me os programas, as orientações curriculares, as competências e/ou as competências-chave. Ufff…

A cada novo ministro da coisa educativa, nova, rica e abundante nomenclatura pedagógica surge no horizonte escolar. É claro que, com o avançar da idade, não há memória que lhe resista.

Porém, apesar da idade, tenho pelo menos dois motivos para me sentir parte integrante de um grupo profissional cada vez melhor(!), cheio de super-homens e de super-mulheres (ou de mulheres-maravilha, caso se prefiram super-heroínas que não voam).
Primeiro motivo:
Alunos do 8.º ano durante a realização da prova de aferição de Educação Visual, numa escola do norte de Portugal.

Os nossos alunos têm ou não têm muita pinta? Andamos ou não andamos a prepará-los para uma vida dura e competitiva? Até parecem atletas de alta competição!

Segundo motivo: o último parágrafo da notícia que deu origem a este texto.

Para o Governo, o novo diploma “representa mais um passo na concretização de uma política educativa que garanta a igualdade de oportunidades e promova o sucesso educativo”, vai “desenvolver nos alunos competências que lhes permitam questionar a sabedoria estabelecida” e levar a que as escolas possam “preparar as crianças para tecnologias não inventadas e a resolução de problemas que ainda se desconhecem”.

O negrito e o sublinhado são meus. E em caso de dúvida é favor reler este parágrafo.

A minha primeira reação foi, quem escreveu aquilo esteve num jantar onde se contavam piadas sobre o casamento, do género, ah e tal, a esposa (o marido) ajuda a resolver problemas que não existiriam se fosses solteiro(a), etc e tal.

Pois, mas o Governo emitiu mesmo um comunicado que afirma, no seu ponto 4, uma mudança no sentido de garantir a igualdade de oportunidades e promover o sucesso educativo:

A materialização deste objetivo, já inscrito na Lei de Bases do Sistema Educativo, bem como os desafios decorrentes da globalização e desenvolvimento tecnológico, obrigam as escolas a ter que preparar as crianças para tecnologias não inventadas e a resolução de problemas que ainda se desconhecem.

O negrito e o sublinhado são outra vez meus… Não resisti.
É impressão minha ou alguém bateu com a cabeça? Terei sido eu? Ou este quotidiano é cada vez mais delirante?
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Virar a pagina da austeridade

Todos os sábados, tenho por hábito ler a crónica de Alberto Gonçalves no sítio do jornal on-line Observador. Aprecio particularmente os textos deste sociólogo porque têm o condão de me ajudar a tolerar um quotidiano que demasiadas vezes se me afigura como delirante.
Ontem, porém, não pude ler o seu último texto. Fui a Lisboa, a capital do império como habitualmente me refiro a esta cidade, dar conta do meu descontentamento face à forma como a minha entidade patronal, o Ministério da Educação, me tem tratado ultimamente. Não fui sozinho, parece que me acompanharam nesta empreitada mais de 50 mil professores e educadores.
No entanto, os meios de comunicação social televisivos resolveram dividir as suas atenções entre o casamento “real” e aquela personagem que dirige os destinos do Sporting, clube do qual sou um adepto cada vez menos fervoroso, diga-se de passagem.
Ou seja, só hoje li mais uma excelente crónica de Alberto Gonçalves: “Portugal, terra de fé”.
Nem de propósito. Apesar de a ter escrito antes da manifestação em que tive o privilégio de participar. Acompanhado por profissionais de excelência, que diariamente dão o seu melhor, muitas em vezes em condições que… sabe Deus… Alberto Gonçalves toca num ponto que descreve exatamente o que sinto relativamente a um binómio* cada vez mais estranho, governo + comunicação social:

Virar a página da austeridade é um processo complexo e permanente. Implica, por exemplo, subir a cada semana o preço dos combustíveis, além de aumentar outros impostos conhecidos e criar alguns novinhos em folha. É curioso que a receita para o sucesso se confunda tanto com um fracasso – e um roubo sem precedentes. Felizmente, é para isso que existem os “media”: para evitar confusões.

* “binômio” expressão algébrica composta de dois membros unidos por sinal positivo ou negativo, in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa.

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Carta aberta – 1.º balanço

Escrevi uma carta aberta a várias entidades e a alguns meios de comunicação social. Até agora as respostas que obtive foram poucas… e de quem não parece comover-se com atropelos à constituição.

A resposta mais elaborada que me foi remetida pertence ao Bloco de Esquerda. Do PS, nem uma palavra. Devem andar a concertar estratégias de combate à corrupção. Do PCP, do CDS e do PSD também tive direito a uma mão cheia de nada. O que é muito estranho. Até hoje, nunca vi estes três, juntos, de braço dado.

TVI, dia 16 de abril

Exmo. Senhor Gil Nunes,
Acusamos a receção do seu e-mail, que agradecemos.
Informamos que a sua mensagem mereceu a nossa melhor atenção.
Com os melhores cumprimentos,
Rafaela Fernandes

Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda

Exmo. Senhor
Professor Gil Nunes
Incumbe-me o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda de acusar a receção da mensagem que teve a amabilidade de nos enviar e que agradecemos, sobre os efeitos da progressão na carreira docente.
Tomámos boa nota da discriminação de que está a ser alvo em relação aos colegas que já estavam no escalão a que agora acedeu, em virtude de norma inscrita no Orçamento de Estado que dilui no tempo os efeitos da progressão.
Compreendemos bem o desagrado por tal desigualdade mas ela releva de um contexto negocial entre as partes (Governo e sindicatos) sobre o modo de descongelamento das carreiras.
Estamos solidários com todos os trabalhadores da administração pública por esta diluição no tempo dos efeitos da progressão nas carreiras, e em especial com os docentes a quem, agora, querem ainda não contar todo o tempo de serviço prestado durante os períodos de descongelamento.
Com a nossa solidariedade,
Manuel Grilo
Assessor do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda

Tribunal Constitucional, 18 de abril

Exmo. Senhor Professor Gil Nunes,
Acusamos a receção da mensagem de V. Exa., que mereceu a nossa melhor atenção.
Informamos que o Tribunal Constitucional não é competente para dar parecer sobre a questão apresentada. A função atribuída ao Tribunal Constitucional é a de fiscalizar a constitucionalidade ou a legalidade de normas, apenas podendo fazê-lo no âmbito de processos que corram neste Tribunal.
Sobre a situação que expõe, sugerimos que exponha a situação ao Provedor de Justiça, que é órgão competente para apreciar queixas dos cidadãos relativamente à atuação dos poderes públicos.
Com os melhores cumprimentos,
Gabinete de Relações Externas

Grupo Parlamentar “Os Verdes”, 23 de abril

Exmo. Senhor,
Encarregam-me os senhores deputados – Heloísa Apolónia e José Luís Ferreira – de acusar a receção e agradecer a sua mensagem eletrónica, que mereceu a sua melhor atenção.
Sem mais de momento, apresentamos os melhores cumprimentos,
Joana Gomes da Silva
Chefe de Gabinete

 Presidente da República, 4 de maio

Exmo. Senhor Dr. Gil Nunes Encarrega-me Sua Excelência o Presidente da República de acusar a receção e agradecer o envio da mensagem dde correio eletrónico de 16.04.2018, o qual mereceu a devida atenção por parte desta Casa Civil.
Com os melhores cumprimentos,
O Chefe da Casa Civil
Fernando Frutuoso de Melo

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Disparates de 9.º ano - efeitos da corrente elétrica e energia elétrica

Como se chama o efeito da passagem da corrente elétrica pelo aspirador que provoca o seu aquecimento?

Efeito de estufa

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Disparates de 9.º ano - estrutura atómica

Considerando o modelo atómico atual, indica a zona onde é provável encontrar os eletrões:

Nucleo

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Disparates de 9.º ano - estrutura atómica

Considerando o modelo atómico atual, indica a zona responsável pelo tamanho do átomo:

núcleo

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Disparates de 9.º ano - estrutura atómica

Explica porque razão o átomo é eletricamente neutro.

  • Porque é composto por neutrões, e os neutrões têm carga eletrica nula.
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aprendizagem Columbia University Educação memória práticas letivas Teachers College

Melhoria das práticas letivas dos professores

Multi-Store Model of Memory by Matteo Farinella
O entendimento que os professores têm acerca do funcionamento da memória poderá servir à melhoria das suas práticas letivas?
  1. Uma aprendizagem é significativa quando os alunos relacionam novos conhecimentos com os conhecimentos que já existem na sua memória, os conhecimentos prévios.
  2. Quanto mais os alunos processarem e pensarem nos conhecimentos adquiridos, mais duradouras e recuperáveis as memórias serão. Isto, geralmente, envolve um diálogo entre a memória de curto prazo e a memória de longo prazo. Ou seja, têm de pensar para aprender, têm de processar de forma ativa e consciente as novas informações, ou as novas experiências.
  3. Se não se verificarem os dois pontos anteriores, os alunos podem estar muito atentos nas aulas, trabalhar muito, mas as suas aprendizagens serão pouco significativas. Os novos conhecimentos não serão armazenados de forma duradoura na memória de longo prazo. E pior, não poderão ser usados mais tarde, principalmente fora do contexto da sala de aula.
  4. De acordo com este modelo, a memória de curto prazo desempenha um papel muito importante. No entanto, ela é limitada, no tempo e na capacidade, o que condiciona naturalmente as aprendizagens.
Ao longo do processo que nos permite criar novas memórias, a memória de trabalho desempenha um papel fundamental. É na memória de trabalho que ocorrem os pensamentos, as tomadas de decisão. É aqui que se desenvolvem os processos que permitem resolver problemas, que o raciocínio se elabora. Em última instância, é onde atribuímos significado ao mundo que nos rodeia.
A memória de trabalho tem uma capacidade reduzida, ainda mais reduzida que a memória de curto prazo, apesar de poder ser ampliada se recorrermos à memória de longo prazo. Assim, é fundamental que os alunos sejam capazes de processar informações na memória de trabalho, de maneira eficiente, sem ultrapassar a sua capacidade.
O que nos leva ao conceito de carga cognitiva: quantidade total de atividade mental imposta à memória de trabalho, em qualquer instante.
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    Adeus Portugal

    Lisboa, 19 de maio

    Espero ir com muitos de vós a Lisboa no próximo sábado, dia 19, manifestar o nosso descontentamento.
    Quer dizer, conto ir acompanhado daqueles que de facto se sentem incomodados com as atuais políticas educativas, nomeadamente ao nível da gestão, remuneração, reconhecimento e valorização dos recursos humanos do Ministério da Educação.
    Querem um exemplo, vejam a minha carta aberta.
    Querem outro exemplo, mais fabuloso ainda, vejam a recente portaria que vai, e bem, contar todo o tempo de serviço dos contratados para os reposicionar na carreira. Aliás, estes colegas vão ser tão bem reposicionados que, por exemplo, quem tiver 20 anos de serviço vai logo para o 5.º escalão.
    No entanto, aos outros, esse tempo de serviço é simplesmente apagado, eliminado, ignorado, esquecido… Ah, não! Peço desculpa. Vão nos ser contados cerca de 2 anos para progressão na carreira…
    Por isso, recomendo a quem acha que este não é momento certo para se manifestar, ou porque temos demasiado sindicatos, ou porque não temos sindicatos suficientes, ou porque fazemos sempre greves à sexta, e coitados dos alunos que não vão ter aulas, ou porque os professores não querem é trabalhar, ou porque vai chover, ou porque vai estar sol, que:
    • aguarde até o Sporting ser campeão;
    • complete 70 anos de idade;
    • esteja em condições de se reformar.

    Estas condições têm de se verificar, como é óbvio, cumulativamente.