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aprendizagem ensino baseado em evidências

Sonhar acordado

Muitos alunos sonham acordados. Ou porque o professor tem uma voz monótona, ou porque ou tema é enfadonho, ou porque está um lindo dia lá fora. Enfim, muito se especula sobre as causas desta fatalidade… No entanto, quando a mente dos alunos se teletransporta para outra dimensão, ou para outro planeta, a sua capacidade de aprender está irremediavelmente comprometida.

Numa investigação realizada por Lindquist e McLean (1), entre 25% e 44% dos sujeitos que participaram na experiência sonhavam acordados. Numa outra investigação conduzida por Risko et al (2), estes números subiram para 35% e 52% quando os participantes assistiam a palestras gravadas.

Naquele que é um clássico, Johnstone e Percival (3) verificaram que as primeiras quebras de atenção dos alunos observados em sala de aula ocorreram depois de 10 a 18 minutos. E que o nível de desatenção aumentava a cada 3-4 minutos!

O que fazer? Em teoria, ainda não muitas evidências nesta área, a palavra de ordem é diversificar. À partida, a concentração dos alunos melhora com a realização de tarefas diversificadas.

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(1) Lindquist, S. I., & McLean, J. P. (2011). Daydreaming and its correlates in an educational environment. Learning and Individual Differences, 21, 158 – 167.

(2) Risko, E. F., Anderson, N., Sarwal, A., Engelhardt, M., and Kingstone, A. (2012). Everyday attention: variation in mind wandering and memory in a lecture. Appl. Cogn. Psychol. 26, 234–242. doi: 10.1002/acp.1814

(3) Johnstone,  A.  H.,  and  Percival,  F. (1976). Attention breaks in lectures. Educ. Chem. 13, 49–50.